Terra Carros e Motos
Os veículos eletrificados (elétricos a bateria e híbridos de três tipos) começaram o ano em alta no Brasil. Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), um novo recorde foi estabelecido em Janeiro 2024 com 12.026 vendas. Foi um crescimento de 167% em relação a Janeiro 2023.
Um fato interessante é que pelo segundo mês consecutivo os carros elétricos a bateria superaram os híbridos no ranking de vendas por segmento. Foram 4.358 emplacamentos dos chamados BEVs (36%) contra 3.910 dos híbridos plug-in (32,5%), que ficaram em 2º lugar.
Segundo a ABVE, a soma de carros plugáveis (BEVs + PHEVs) chegou a 8.268 unidades, o que corresponde a 68,5% de todos os veículos eletrificados. Trata-se de uma mudança importante, pois até pouco tempo os híbridos autocarregáveis, como os Toyota Corolla e Corolla Cross, eram líderes disparados no segmento.
“O consumidor está aos poucos entendendo melhor as tecnologias e está encontrando melhores benefícios nos 100% elétricos em relação aos preços, principalmente dos híbridos leves”, analisa o consultor automotivo Marcelo Cavalcante, de Curitiba. “Na minha opinião os elétricos vão disputar mês a mês com os modelos plug-in.”
Os carros elétricos, portanto, podem repetir a façanha de dezembro e janeiro? “Sim, os elétricos vão repetir o bom desempenho em fevereiro e talvez em março”, aposta Cavalcante. “A chegada do BYD Dolphin Mini vai mexer com o mercado.” O novo carro elétrico chinês vai estrear custando um pouco menos de R$ 100 mil.
Foi o melhor janeiro e o segundo melhor mês de toda a série histórica da ABVE, apesar do aumento do Imposto de Importação de veículos elétricos, que entrou em vigor no primeiro dia do ano (10% para BEV e 12% para elétricos híbridos).
“O crescimento de mercado dos veículos plug-in é resultado do fortalecimento das montadoras para estes segmentos de veículos, com mais oferta de modelos, parceria com empresas de recarga e maior divulgação”, disse a ABVE em comunicado à imprensa.
Já os veículos híbridos convencionais totalizaram 3.758 emplacamentos em janeiro: 1.593 HEV flex, 1.261 HEV a gasolina e 904 MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle), ou 31% do total de eletrificados.
Para muitos especialistas, os MHEV, também chamados de híbridos leves, nem deveriam ser considerados eletrificados porque não oferecem tração elétrica. Mas é exatamente esse segmento que deve ter forte crescimento nos próximos anos, pelo menos num primeiro momento, porque trata-se da maior aposta de montadoras de grande volume, como Stellantis, Volkswagen e Renault.